domingo, 8 de fevereiro de 2009

A danada da Cachaça




Eu e uma amiga, lá dos tempos de “Cachaceiras,”nunca recusávamos um convite para tomar umas e outras.Não precisava de nenhum motivo em especial, tudo era pretexto para uma cachaça. Vale salientar que cachaça prá gente, era tudo que continha álcool.
Um dia, numa reunião na casa de amigos ,dessas em que cada um leva uns objetos de mastigar ou líquido etílico, estando ela especialmente triste com o fim de seu último romance, e eu, não lembro bem porque, mas também estava a fim de tomar todas, ficamos realmente ruim das pernas.
Lá pelas 10 da noite, vínhamos nós retornando para casa. A pé. Cidade pequena. Todos se conhecem. Junto, levávamos um grande caldeirão,que continha sobras de algo de que não lembro ,que tínhamos levado como contribuição para acompanhar a bebedeira. Não sei se a gente levava o caldeirão ou se era ele que nos levava. O fato é que ele era o nosso ponto de equilíbrio, pois ora descambava para um lado ora para outro, conforme cambaleávamos. De vez em quando parávamos um pouco para evitar que entornasse.
Quando chegamos no início da rua em que morávamos, caminhamos com especial cuidado, pois não queríamos que a minha mãe, que estava na calçada de casa me esperando, percebesse o nosso estado etílico. Mas, num minuto de descuido, o desequilíbrio se acentuou e ouvimos o tilintar da tampa de alumínio ( não vivíamos ainda a era do plástico ) do caldeirão ecoando pelo chão de cimento. E aí não só a minha mãe percebeu o meu (o nosso ) estado, como todo o pessoal que estava na rua àquela hora. Difícil foi se abaixar para pegar a tampa. Tudo girou. Inclusive o que havia dentro do meu estômago. Eu temia que tudo que havia ingerido nessa noite , se revoltasse lá dentro e saísse pela boca. Que sufoco. Mas conseguimos chegar de pé em casa, sem que a revolta alimentar se confirmasse.
Depois disso,nada mais a fazer senão esperar pelo sermão do qual eu não escaparia.
A meu favor devo dizer, que nessas condições, de passar do limite do razoável, só fiquei um ou duas vezes mais ...

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